Governo do Estado do RJ quer fortalecer Turismo nas Comunidades
Representantes da ConTur (Conexão de Empreendedores de Turismo em Favelas), que abrange mais de 20 comunidades da capital, se reuniram com o secretário de Turismo, Otavio Leite, para discutir formas de fortalecer este segmento no Rio de Janeiro. Visitas técnicas serão realizadas durante este mês, com o objetivo de organizar a capacidade do turismo comunitário.
“O Rio de Janeiro precisa resgatar um potencial que é o turismo em favelas. Vamos começar com uma visita técnica no Chapéu-Mangueira, Babilônia e Santa Marta para reorganizar todo esta potencialidade. Desde 2012, a favela é patrimônio universal da Unesco por uma razão muito simples: a geografia e a ligação entre mar e montanha. E nossas comunidades têm uma vocação turística que precisa ser desenvolvida, pois gera emprego e renda para a cidade”, disse Otavio Leite.
A ideia da secretaria é fazer um projeto-piloto nestas três comunidades. Serão estudados modelos padrões como, por exemplo, os quiosques de informações turísticas. No Morro Santa Marta, localizado em Botafogo, o antigo ponto para turistas, na praça que dá acesso à favela, é o primeiro atrativo avistado por quem deseja visitar o local.
Em média, nos fins de semana, recebemos cerca de 50 turistas nas comunidades Chapéu-Mangueira e Babilônia, entre nacionais e estrangeiros. As pessoas buscam conhecimento sobre a parte histórica e a culinária, além do visual da cidade, que é incrível. O turismo em comunidade tem um potencial muito grande e fomos buscar apoio do governo para que tenhamos mais infraestrutura em nossos tours – afirmou Dinei Medina, que atua no setor desde 2008 no Chapéu-Mangueira e Babilônia.
Gilson “Fumaça” é guia de turismo no Santa Marta há 9 anos e faz parte do ConTur. Segundo ele, atualmente, 12 moradores trabalham como guias, credenciados pelo Cadastur, na favela Botafogo.
“Foi o próprio Governo do Estado que abriu as portas para o turismo nas favelas, com projetos que formaram a mão-de-obra especializada para atuar nas comunidades. A partir daí, o trade de turismo nos conheceu e, com isso, nos organizamos para profissionalizarmos ainda mais. É importante dar continuidade a esse apoio, porque ainda existe uma potencialidade muito grande. Os turistas querem saber como é viver na favela e o seu cotidiano. Sempre que possível agregamos algo mais, como uma roda de samba e feijoada. É importante quebrar esse paradigma de que só há o lado ruim da favela”, comentou Gilson.
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